quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Vou te dar unfollow com carinho, é para o nosso bem

Mês passado comecei um experimento de ficar sem timelines e feeds de redes sociais. Deletar perfis nunca dá muito certo, então deixei de seguir todo mundo dentro das redes. Acompanho o que dá por RSS. Guardei na barra de favoritos do navegador os links de pessoas/páginas que gosto de acompanhar. Faço ronda nesses links tipo uma vez por semana, vejo o que estão dizendo, distribuo estrelinhas com parcimônia e sigo em frente. Ótimos efeitos até aqui: estou retomando a concentração para ficar só e pensar por mais de dois minutos sem ser interrompido e bombardeado por informações minimamente interessantes. Do feed do site Faces peguei asco especial: sinto-me um adolescente de 16 anos gritando contra a Rede Globo. Até botei pra tocar um Type O Negative agora pra combinar com minha rebeldia de quarto. Tenho lido mais livros, descoberto coisas aleatórias na web e até meio que voltado a escrever, o que não é necessariamente bom. Também desgosto um pouco menos das pessoas e das ideias delas, já que não fico olhando para elas o dia todo. Essa melhora pode ser só empolgação com mudança, vai saber. Mas com a vida corrida de hoje a pessoa tem que definir bem as prioridades para o tempo livre: no meu caso, é importante ter longos períodos para fazer nada e olhar para objetos inanimados. Adoro olhar para objetos inanimados. Demais, mesmo. E plantas, adoro olhar para plantas. Plantas são objetos inanimados? Provavelmente sim, mas melhor pesquisar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Trabalhar em pé

Andava com dores nas costas e uma dorzinha aguda no cóccix que aparece quando estou mais sedentário, trabalhando muito ou perdendo tempo na internet. Voltei a sentir como se minha bunda estivesse — aos poucos, em ritmo imperceptível a um observador externo, ao longo de semanas — se fundindo ao assento em que repousa todos os dias. Perambular com uma cadeira de escritório acoplada ao traseiro não é a minha fantasia de fusão homem-máquina.

Aí fiz de novo uma mesa para trabalhar de pé. Dessa vez, usei três nichos: dois para as mãos e para o monitor. Também comprei uns tapetes de EVA para amenizar a tensão sobre os joelhos, o que me permite ficar o dobro do tempo em pé sem sentir dores. Alternar entre as posições é prático, toma no máximo 40 segundos e me dá a chance de usar os braços como algo além de um eixo entre o tronco e os dedos (esse último, inclusive, é um bom motivo pra continuar usando dicionários pesados em papel).

Ficou assim:

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lendo: Stoner, de John Williams

You, too, are cut out for failure; not that you’d fight the world. You’d let it chew you up and spit you out, and you’d lie there wondering what was wrong. Because you’d always expect the world to be something it wasn’t, something it had no wish to be. The weevil in the cotton, the worm in the beanstalk, the borer in the corn. You couldn’t face them, and you couldn’t fight them; because you’re too weak, and you’re too strong. And you have no place to go in the world.”

Jovem de família pobre do interior que vai pra universidade e acaba estudando Letras. Dizer que: entendo.

O mar

Tive o sonho mais estranho essa noite. Nele eu estava à beira-mar numa cidade que não é a minha cidade atual. Estava no calçadão ao lado de ...