terça-feira, 27 de junho de 2017

O Tigre

(“The Tyger”, de William Blake. 1794.)
Tigre tigre, que arde e brilha

Em noite funda, negra trilha

Que olho, eterna maestria

Fez tal terrível simetria?



Que fosso ou limbo estelar

Fundiu em chamas teu olhar?

E com que asas se lançava

O que audaz fogo tomava?


Quem com traço tão perfeito

Fez as fibras do teu peito?

E quando o sangue então correu

Que feros pés e mãos ferveu?


E que martelo, que correia,

Que forno a mente incendeia?

Em que bigorna tanto horror

Bate as medidas do terror?


Quando o cosmo todo espanto

O céu cobriu de lança e pranto

Sorriu ele, ao ver-te inteiro?

Fez-te o mesmo do cordeiro?


Tigre tigre, que arde e brilha

Em noite funda, negra trilha

Que olho ou eterna maestria

Ousou terrível simetria?



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